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PETRICOR, poemas de Rosa Maria Mano

Petricor é um livro com poemas de Rosa Maria Mano ilustrado por sua filha artesã, Luciana de Assis Angelo.


Sobre o lançamento


A apresentação do livro, com a presença da autora, acontece em 21 de dezembro de 2024, a partir das 16h na Casa de Cultura de Rio das Ostras (Rua Bento Costa Junior, 70, Centro. Rio das Ostras/RJ).


Lançamento de PETRICOR em Rio das Ostras/RJ

 

Sobre o livro


O livro pode ser encomendado pelo link: donizela.com/product-page/petricor-de-rosa-maria-mano


Detalhes:

  • Poesia

  • 92 páginas

  • Capa dura

  • ISBN 9786585273121

Apresentação


Este é o livro de uma poeta que pretende alcançar o leitor através de todos os sentidos e não importa quantos leitores. Estamos, eu e minha poesia, num lugar a ser descoberto, feito caverna que oculta veios de água e de cristais, habitada por uma mulher muito velha, que manufatura elixires e poções, conhece as curas e os malefícios, abriga corujas e corvos, lobos e unicórnios e cultiva um jardim tão íntimo que suas flores serão vistas e sentidas apenas através da leitura em voz alta. Ou não.

Sem nenhuma afeição por religiões, reverencia deuses, deidades, ancestrais, elementais, elementares e todos os rituais.

Meus livros são os cômodos de uma casa edificada nos interiores dessa caverna e suas memórias e vivências, num mundo particular e meio estranho. Há jardins secretos onde qualquer flor é possível: giraluas, jasmins que dobram o perfume, orquídeas que aprenderam a pulsar, águas subindo corredeiras, elementais que se sentam no ombro do visitante, contando meus segredos.

Há cortinados de teias e ervilhas-de-cheiro na sala, colmeia na passagem para os fundos, uma alquimista na varanda. Fréya ocupa o quarto.

Cheiro de incenso nos guardados, quadros que trocam de lugar para que todos possam ver o sol. Gatos que enxergam as almas.

Nas gavetas, casulos de ametista, cartas que não enviei e criaram o hábito de cantar, jornais do tempo em que as notícias eram penduradas nos varais.

A casa tem rachaduras imensas e brotando delas, cerejeiras de flores eternas. Uma geleira na cumeeira e um fogo ardendo logo abaixo do lustre.

Não há roupas que me caibam, nem sapatos que se ajustem.

Uma vampiresa brinca de esconder durante o dia. À noite, morde a lua, me leva com ela e dança ao som das próprias pulseiras.

Num lugar que ninguém vê, cultivo um passaredo.

Atrás da cortina que desprende asas de bolor, a menina que guardei e é cuidadora dos lobos, espia a crueza a partir das frestas.

Um anjo pagão, sem pressa, acende a lareira das esperas.

A porta trava atrás das costas de quem entra. Até agora, só me espiaram da janela.


Rosa Maria Mano


 

Sobre a autora

Rosa Maria Mano em Rio das Ostras/RJ




Rosa Maria Mano é poeta paulista e vive na cidade de Rio das Ostras (RJ). É autora dos livros Xamã (Litográfica Editora, 1984), O Gato (Suplemento Cultural do D.O de São Paulo, 1987), Vento na Saia (eBook Kindle, 2015), Manuscritos de Areia (Marianas Edições/Bolsa Nacional do Livro, 2017), Lábios-Mariposa (Singularidade Editora, 2017), Manuscritos de Água (eBook, Táxi Blue Produções, Coleção Prato de Cerejas, 2018), O Lume e a Fábula (eBook, Marianas Edições, 2021), O Livro dos Fractais (Donizela, 2022) e Petricor (Donizela, 2023). Mais sobre a autora: Coletivo Marianas

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